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10 PERGUNTAS PARA ALEXANDRE SNAPY

Snapy falou sobre a vida de shaper, a relação com os atletas e deu importantes dicas para os surfistas mais jovens que estão em busca de patrocínio

Quando o assunto são pranchas de alta performance no Brasil, é impossível não lembrar do shaper Alexandre Snapy. Com uma vida inteira dedicada ao surf, Snapy tem no currículo importantes vitórias em competições internacionais na parceria de atletas renomados. A maior delas, sem dúvidas, veio em 2018, quando Willian Cardoso venceu a etapa do WCT em Uluwatu, na Indonésia, usando uma prancha do modelo WC.

Com muita história pra contar e uma vivência ímpar no mercado de surf, Snapy concedeu essa entrevista inédita para a nossa equipe. No vídeo, ele falou abertamente sobre o mercado de pranchas no Brasil, deu dicas para os atletas jovens que estão em busca de patrocínio e também expôs a sua opinião sobre a nova tendência mundial: as piscinas de onda.

O material completo você confere abaixo:

“Eu vejo uma grande possibilidade de evolução nas biquilhas”

Questionado sobre a evolução da tecnologia para a produção de pranchas de surf, Snapy não escondeu o seu incômodo com a falta de investimento no setor. Para ele, pessoas ou empresas de grande porte poderiam investir mais para que novas possibilidades possam surgir.

“Nesse quesito, o surf deixa muito a desejar, por ter pouco investimento. Falta que empresas ou pessoas com recursos invistam em tecnologias e recursos para poder sair do nível que estamos atualmente, que na minha opinião é tudo ainda muito arcaico“, explica.

Por outro lado, o shaper acredita que as biquilhas podem ser uma tendência no surf para os próximos anos. “O que eu vejo uma grande evolução são as biquilhas. Acho que elas têm um bom campo para ser explorado. Hoje a gente está vendo vários shapers usando as biquilhas e chegando em resultados incríveis”, afirma.

“As piscinas vão ditar uma nova regra”

Outro ponto muito interessante da entrevista trata das piscinas de onda. Com uma vivência no Surf Ranch durante a etapa do WCT e com as visitas cada vez mais constantes de atletas às piscinas de ondas nacionais, Snapy tem refletido bastante sobre o futuro do surf na água doce e a influência disso na produção de pranchas.

“As piscinas vão ditar uma nova regra. Pode ser que as piscinas deem uma mudada no ramo de pranchas, com grandes marcas, como uma Nike, tendo interesse nesse ramo. E aí acredito que mudaria muito a configuração do mercado”, opina.

Apesar de projetar um futuro com grandes mudanças no mercado, Snapy afirma que ainda não viu alterações em termos de design para pranchas de alta performance nas piscinas.

“Como eles querem produzir uma onda o mais parecido possível com a onda dor mar e as pranchas são testadas e usadas nas ondas do mar, então a gente tem visto que essas pranchas têm funcionado muito bem nas piscinas, necessitando apenas com alguns pequenos ajustes. O que eu acho que pode surgir muito tecnológico e diferente para essas condições seria na questão de materiais, como construir essas pranchas”, explica o shaper.

O conselho para quem sonha em ser um surfista profissional

Com uma grande bagagem no surf de alta performance, Alexandre Snapy já viu grandes talentos do surf surgirem e tantos outros jovens com potencial ficarem pelo caminho. Para ele, o melhor conselho para um surfista que sonha em ser profissional é sempre buscar o melhor em termos de prancha, mesmo que isso signifique investir mais em equipamento e até mesmo negar algum patrocínio.

“Muitas vezes esses atletas novos, como ainda não têm grandes resultados, acabam não sendo tão interessantes para as grandes marcas. E aí eles acabam fechando com marcas menores, que também estão em uma evolução, e que precisam de uma chance de começar a desenvolver um trabalho mais performance. Mas nesse tempo que eu faço pranchas eu vi muitos atletas com grande potencial de evolução não terem chegado lá por terem aceito um patrocínio de um mau equipamento”, lembra.

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